Estou grávida, socorro!

Inicio um diário da minha gravidez. Um diário que poderá vir a ser útil a todas as futuras grávidas. Falo também de outros bebés que estão na minha vida. Sobrinha, filhos de amigas e amigos ou de conhecidas e conhecidos.

quinta-feira, março 25, 2004

A última semana e meia

Durante a última semana e meia fui ter certezas.
Fui à ginecologista (no dia 17) confirmar o que, no fundo, já estava mais do que confirmado e ela diz que eu estou grávida de cerca de 6 semanas (um pouco mais agora).
Entretanto alguns dias depois (no dia 22) tive uma hemorragia com alguma intensidade e corri ao hospital mais próxima que era o Pedro Hispano em Matosinhos. E, conselho de amiga a qualquer pessoa, NUNCA VÃO ÀS URGÊNCIAS DESTE HOSPITAL NO VOSSO PRÓPRIO CARRO, se puderem vão a outro mesmo que seja mais longe. O que aconteceu foi uma estúpidez:
Cheguei lá, com uma hemorragia, e tinha de ir para uma fila de espera para fazer a ficha. A fila era enorme. Quase comecei a chorar e, vendo um médico, expliquei a situação e ele disse para eu ir entrando e a minha amiga ficou a preencher a ficha. Porém, lá dentro das urgências nunca mais vi o médico. Estava lá quieta, sentada, em pânico à espera que alguém me atendesse e nada. quando dei por ela, alguns 15 minutos depois reparei que estavam a atender as pessoas por ordem de entrada apesar de anunciarem que faziam o rastreio dos doentes mais urgentes. À minha frente tinham entrada (que eu visse pelo menos), um homem com uma mordidela no nariz e um miúdo que se tinha magoado a fazer karate. Achei que aquilo não me podia estar a acontecer e quando vi a quantidade de pessoas que faltavam chamar desisti. Saí­ porta fora, virei-me para a minha amiga e disse: Vamos à maternidade (a Júlio Dinis no Porto). Lá fui eu a acelerar pelas ruas do porto. Cheguei lá e na cancela de entrada digo:
- Estou grávida de 6 semanas e estou com uma hemorragia.
Finalmente alguém que sabia falar por monossí­labos numa situação em que isso é necessário. O porteiro disse:
- URGÊNCIAS
E abriu a cancela que levava a esse departamento.
Chegada lá expliquei a situação e pouco depois estava num gabinete a ser atendida. A médica era extremamente simpática, mas quando lhe disse que não estava a contar engravidar, julgo que ficou desconfiada que eu tivesse estado a tentar um aborto. Examinou-me e disse que já não havia qualquer sinal de hemorragia. Levou-me de seguida para a sala da ecografia e disse, olhando-me muito séria:
- Está grávida e o bebé está vivo.
Eu sorri e ela, finalmente percebendo que eu estava contente com a situação e não queria, de modo algum, que algo acontece ao meu filho, sorriu de volta. Depois disse-me que não podia garantir que a gravidez fosse correr bem. Mas que naquele momento estava tudo bem e eu estaria, em princípio, com 6 semanas e 3 dias.
Logo a seguir pôs-me a ouvir o coração do bebé e eu fiquei muito feliz.
Agora tenho tido umas hemorragias, mas muito pequenas, e a minha ginecologistas na altura disse que podiam ser normais, para não me alarmar com esse tipo de hemorragia. Quanto à outra maior, segundo a médica da maternidade, disse que podia ser algum movimento do feto na placenta. Pois estava tudo bem. Não havia sinal de descolamento e estava tudo certinho para a altura que é.
Aconselharam-me repouso, nada de esforços e nada de relações sexuais.