Dores de parto: uma obrigação?
Ontem perguntei à minha mãe se as dores de parto eram muito fortes e, finalmente, uma mulher admite sem medos: "são! são horríveis! mas tem de se passar por elas e quanto mais força se fizer mais depressa passa. Não há como voltar para trás, por isso é seguir em frente". Finalmente. Estou farta de hipocrisias que dizem: "Ah, até nos esquecemos disso com o bebé", ou, como ouvi há pouco tempo alguém que me tentava convencer que eu até ia gostar e ter saudades das dores... Enfim! acredito que vá ter saudades do momento, deve ser lindo, mas não das dores, tenham santa paciência. Felizmente a minha mãe, que por vezes é meio "sonhadora" nisto é muito terra-a-terra. Fala do parto como algo que doeu muito, que custou muito, que ela não gostou de passar, mas fala do momento de ter o bebé nos braços como algo maravilhoso. Penso como a minha mãe. Não acredito que algum dia vá dizer que gostei ou que tenho saudades das dores de parto. E estou cansada da hipocrisia de se ter de dizer isso como se, por ser natural, fosse "pecado" dizer-se que se se puder evitar, evita-se.
Sobre este tipo de conversa uma vez dizia que a cesariana era melhor: Na grande maioria dos casos as mulheres, actualmente, recuperam mais rapidamente das de parto normal e não sofrem dores, ou sofrem dores muito menos fortes. Quando disse isto disseram-me que "uma mulher que tem filhos por cesariana, e que não tem dores, não sabe ser mãe". Acho que é o cúmulo do ridículo. Se existe a possibilidade de se minimizar a dor do parto, eu acho muito bem que se faça e tenho a certeza que amarei tanto a minha filha se passar por muitas ou por poucas dores. É minha filha, já a amo agora, quem me dera puder tê-la nos braços sem dores e gozá-la por inteiro desde o primeiro momento.
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