Resumo da situação à 28ª semana
A Beatriz mede agora cerca de 35 cm, tem aproximadamente 900 gramas e está toda formada. Se nascesse agora já tinha grandes possibilidades de sobrevivência.
Eu sinto-me cada vez mais apaixonada por ela e pela barriga. É curioso como um ser tão pequenino já consegue estabelecer tipos de comunicação. Tenho por hábito diário dar pequenos toques na barriga, de modo a pressioná-la um bocadinho, e ao fim de um bocadinho de estar a fazer isto levo um pontapé no local onde o faço. É maravilhoso. Faz-me ter a noção que a Beatriz está ali, sente o que eu faço, e manifesta-se.
De um modo geral passa o tempo muito calma. Lembro-me da minha irmã dizer que a minha sobrinha se mexia muito e com alguma violencia. A Beatriz, à excepção destes momentos em que a "provoco", raramente é "violenta". Mexe-se bastante durante o dia, mas só se eu estiver com atenção é que me apercebo. Sei que ainda faltam cerca de 3 meses e que no final a vou sentir muito mais porque ela vai deixar de ter espaço para se mexer sem me "incomodar". Mas a verdade é que, apesar de às vezes me assustar, adoro os movimentos mais fortes que ela faz. Adoro senti-la muito.
A barriga está grande (pelo menos toda a gente me diz isso), mas eu gosto cada vez mais dela. O calor não me incomoda; o peso não me incomoda; consigo dormir bem com ela (com mais umas quantas almofadas para ficar mais confortável); mexo-me bem (ainda me levanto das cadeiras e dos sofás, sem me colocar nas "posições de grávida"). Disseram-me que com a gravidez se perde a noção dos músculos abdominais e isso faz com que as grávidas não se consigam levantar. Não perdi, até agora, nada disso. Continuo a levantar-me lindamente.
Fazendo uma resumo da vivência da gravidez até agora (no final do segundo trimestre), devo dizer que o primeiro trimestre foi de sustos. Não andei muito enjoada, mas tive os meus momentos de enjoo. Andei meio irritada entre a 4ª e 6ª semanas, mas não foi pela gravidez e sim por ter largado uns medicamentos que tomava na altura e cujo "desmame" é complicado. Mas larguei-os, logo que soube que estava grávida e de acordo com as recomendações da minha médica. Mau mau nessa altura foram as hemorragias e a real ameaça de aborto. Fiquei bastante em baixo. Mas passou. Descansei e passou. E voltou o optimismo.
Este segundo trimestre passou a "voar". Incómodos só mesmo as pernas e pés que incham. Mais a direita do que a esquerda mas essa já inchava desde que eu fui atropelada e operada à mesma. Por isso já estava habituada. Tal como a frequência com que urino. Já a tinha. Talvez agora tenha mais, mas, sinceramente, nem noto grande diferença... eu sempre fui uma grande "mijona".
Tenho alguns medos, mas não penso muito neles. Tive dois grandes momentos de grandes nervos durante este tempo, de resto tenho andado relativamente calma (com altos e baixos). Agora aumenta a cada dia que passa o amor que sinto pela Beatriz. Essa é a maior transformação que sinto em mim. É um amor e uma paixão que aumenta a cada toque que ela me dá na barriga, a cada pontapé com mais força a cada festa que "lhe" faço ou palavra que lhe digo. E a vontade de a conhecer, de a agarrar ao colo, de a cheirar, é qualquer coisa de indescritível.
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