Estou grávida, socorro!

Inicio um diário da minha gravidez. Um diário que poderá vir a ser útil a todas as futuras grávidas. Falo também de outros bebés que estão na minha vida. Sobrinha, filhos de amigas e amigos ou de conhecidas e conhecidos.

sábado, outubro 16, 2004

36ª semana (8º mês) - Resumo da situação

Entrei ontem (sexta-feira) na 36ª semana e conto o dia 16 como o dia de passagem de mês, apesar de não ter a certeza se terei engravidado a 16 de Fevereiro, mas pode ter sido. Assim, tal como fiz um resumo no início do 6º mês, faço agora no início do 8º.
Posso dizer que tenho passado uma gravidez agradável e continuo a achar estranho quando me dizem que é uma altura horrível e cheia de incómodos. Lembro-me de ter ouvido a minha irmã dizer, por volta do 5º ou 6º mês dela que queria que a bebé "desaparecesse" porque estava farta da barriga e do peso. Na altura chocou-me e agora ainda me choca mais porque, apesar do peso, estou muito feliz com a minha barriga e a perspectiva de ir ter uma pessoa de quem cuidar e a quem amar.
Os incómodos, aqueles que toda a gente fala dizendo ser horrorosos e insuportáveis, só comecei a senti-los aos 7 meses e meio, mais coisa menos coisa. A barriga começou a pesar e a doer e "o dormir" tornou-se mais complicado. Passei a precisar de mais espaço na cama e a dor na barriga à noite era incomodativa. Continuam sem me doer as costas, continuam a inchar-me as pernas e pés mas isso não me incomoda por aí além, e os movimentos da Beatriz à noite não me incomodam (apesar de ser nessa altura que ela mais mexe), muito pelo contrário, o facto de a sentir acalma-me e adormece-me. Eu sei que parece incrível e que toda a gente diz que o bebé acorda a mãe e não a deixa dormir ao mexer-se. Pois a mim adormece-me exactamente por se mexer. Porque me acalma saber que ela está ali a mexer-se viva e bem. Já não me levanto com tanta facilidade dos sofás e cama porque se tentar fazer força na barriga ela doi e por isso tenho de me apoiar com os braços ou mão para me levantar. E, como já disse, o calor não me incomodou, incomoda-me mais o frio, tal como se não estivesse grávida.
Apesar de tudo não acho nada que estes incómodos sejam horrorosos e insuportáveis. São chatos, mas não insuportáveis.
Cresce a ansiedade sobre a hora do parto. O medo entretanto atenuou um pouco. Francamente, e ao contrário do que muita gente diz, prefiro, estando informada sobre o que me podem fazer na hora do parto, não pensar muito no assunto porque considero que nada posso fazer para alterar certos comportamentos a não ser tentar escolher um local de parto onde esses comportamentos sejam menos usados. Não concordo nada com quem diz que "é igual em qualquer hospital público". Não é. Há aqueles onde se sabe à partida que as coisas más vão acontecer, e há os outros onde até podem acontecer mas existe a hipótese de não ser assim. É esses que tento escolher, daí ter andado aqui a perguntar sobre os tratamentos nos diversos hospitais públicos. Se me tiverem de "tratar mal", prefiro não pensar muito nisso e tentar ter forças para aguentar as coisas na altura, porque não há nada que eu possa fazer para evitar. Não vou desatar a berrar e a tratar mal quem "me tem nas mãos"... É triste, mas é assim mesmo.
Acima de tudo cresce a curiosidade de conhecer a Beatriz, de a ter nos braços, de a amamentar e cuidar dela. Sei que, aconteça o que acontecer nesse parto que tanta ansiedade me traz, que tanta dor me vai provocar, vou sentir que valeu a pena logo que a veja. O que não significa que vá gostar das dores (como uma vez me tentaram convencer). Tenham pachorra, de dores eu não gosto, não são essas que vão alterar isso. Mas não deixa de valer a pena passar por elas para depois ter o nosso filho nos braços. É esse momento que anseio com toda a força. O facto do Nelson ir estar presente (se a nossa Beatriz não for apressadinha), também me traz uma paz de espírito muito maior. Fico com a sensação que, se me quiserem fazer mal, ele ali estará para me proteger e ali estará para olhar logo pela nossa filha enquanto eu ainda estiver demasiado dorida e cansada.
E é este o resumo à 36ª semana (8º mês).