Fim de Semana com o papá
É verdade. Passam sempre a correr estes Fins-de-semana com o papá da Beatriz. Ela mexeu-se mais do que é hábito, dando-se a mostrar por duas noites em que, praticamente, fez bicicleta com os pezinhos. Fiquei muito contente por o papá a sentir assim. Além disso ainda teve a oportunidade de a sentir com soluços e exclamar um "oh tadinha!" :)
Agora tem estado, novamente, mais calminha. O que me leva a crer que sentiu mesmo a presença do papá com muita força e se mostrou da forma que sabe fazer.
Entretanto agora espero que o papá venha no dia 29 de Outubro e não volte tão depressa. Assusta-me mesmo que ele cá não esteja quando eu entrar em trabalho de parto. Queria sentir a segurança de saber que serei levada para a maternidade por ele, e terei o seu apoio o mais possível. Às vezes acho que, ainda que de uma forma (cada vez menos) subtil, o pressiono para assistir ao parto. Ele diz que tem medo da sua reacção, que não sabe o que o espera. Mas eu também não sei exactamente o que me espera e terei de estar lá, não posso fugir. Por isso acho que era muito importante para mim tê-lo ao meu lado porque sei que ele consegue acalmar-me sempre (ou quase). E tenho a sensação que ele se iria sair muito bem no papel de "apoiante". Além disso gostava mesmo que ele ouvisse o primeiro choro da Beatriz. Deve ser fantástico de ouvir isso, e lhe pudesse tocar ao mesmo tempo que eu pela primeira vez.
É curioso que sinta tudo isto, toda esta necessidade de partilha com ele. Porque, no que toca à Beatriz, sinto que sou muito egoísta. Arrepia-me pensar como vou reagir com os avós (tanto a materna, como os paternos), com os tios, com os amigos, com toda a gente, porque, francamente, parece-me que vou ter o espírito do "é meu, ninguém toca, eu é que sei o que fazer e não me venham com lições porque me ando a preparar para EU receber a minha filha e EU tratar dela há vários meses, e ela é MINHA". No entanto, com o pai, sinto exactamente o contrário. Sinto uma necessidade brutal de partilha, de vontade que ele participe em tudo. Desde o início que gosto de lhe contar tudo o que se passa na gravidez. Logo que se passou a sentir a Beatriz que quis que ele a sentisse. Não deixo mais ninguém sentir. Não que tire as mãos das pessoas da barriga, mas não aviso quando ela se mexe. É como se pensasse, "isto é um momento de comunicação da Beatriz entre mim e ela, e a única pessoa a quem dou o direito de participar nesse momento é o papá, mais ninguém.
Por vezes sinto culpa por pensar tudo isso, por sentir isso e não partilhar mais. Mas é mais forte do que eu. Só tenho mesmo muito medo de como irei reagir quando ela nascer aos "conselhos" que costumam dar...
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