39 semanas de muito cansaço e algum (bastante) aborrecimento
Pois é, cá estamos. Continua tudo na mesma. Queria meter aqui as últimas fotos que o papá tirou à barriguinha mas o computador está armado em teimoso e não as recebe.
Entretanto tudo o que se faz por esta altura é esperar. Esperar que a Beatriz se decida a sair (ou melhor, que o meu útero se decida a expulsá-la, coitadinha!).
Eu estou cada vez mais cansada. Dormir tem sido quase impossível. Adormeço muito tarde, acordo 500 vezes durante a noite e de manhãzinha já saí da cama por estar farta de lá estar a lutar por um descanso que não consigo ter. Fico aborrecida com isso porque queria verdadeiramente descansar mas, por variados motivos, é-me impossível. Qualquer dia tenho algum esgotamento.
Confesso que, até agora tive uma gravidez muito boa. Sem grandes problemas sem grandes irritações, descansava bastante bem, etc. Agora estou a ficar verdadeiramente aborrecida por ainda estar grávida. Estou cansada, tenho uma dor permanente na barriga, não consigo arranjar posição para estar deitada porque, ou me fica a doer mais a barriga, ou a pressão que exerço sobre as coxas me dá uma dor grande, ou não tenho onde meter os braços, ou não tenho onde meter as pernas, ou há um barulho que me incomoda, ou qualquer outra coisa. Dormir tem sido, realmente o maior martírio e fico logo com vontade de chorar de cada vez que anoitece.
Durante o dia tento manter a boa disposição, o que nem sempre é possível. Às vezes penso que talvez não tenha sido boa ideia sair do "meu mundo" mesmo no final da gravidez. Por outro lado fiz essa escolha para que o nascimento da Beatriz me provocasse menos stress e medo. Não queria ir para um hospital onde sei que, à partida, ia entrar aterrorizada por nunca ter ouvido uma boa história de lá. Se é exagero das pessoas, ou é mesmo assim não sei, nem interessa assim tanto saber. "onde há fumo há fogo". Além disso não foram só as "pessoas comuns", as que lá tiveram filhos ou as que conhecem quem lá os teve, quem me aconselhou a não ir para lá (aliás, as "pessoas comuns" nem me desaconselharam, apenas meteram aquele ar resignado do "não podemos fazer nada, temos de aguentar, é assim mesmo e vai ser assim em qualquer lado"). A minha obstetra aconselhou o mesmo, a fisioterapeuta do curso de preparação para o parto também o aconselhou e uma médica amiga minha também considerou melhor. É demasiada gente a dizer o mesmo. Por isso optei por sair do "meu mundo" para vir para um hospital melhor. Seja ou não verdade que o outro hospital é mau, é um pouco indiferente porque, mau ou bom eu ia entrar à partida aterrorizada e isso nunca seria bom.
Gostava era que a Beatriz se decidisse a vir rapidamente ou ainda dou em doida e tenho alguma crise de choro que depois não sei, nem quero, estar a justificar.
Bom, talvez o facto de ontem não ter saído de casa todo o dia também tenha contribuído para este meu estado "depressivo". Preciso de andar e apanhar ar e, não fazendo isso, atrofio o bom bocado ;)
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