Estou grávida, socorro!

Inicio um diário da minha gravidez. Um diário que poderá vir a ser útil a todas as futuras grávidas. Falo também de outros bebés que estão na minha vida. Sobrinha, filhos de amigas e amigos ou de conhecidas e conhecidos.

sábado, novembro 20, 2004

Vida de Pais

Como é óbvio já não estou grávida (socorro!), e a Beatriz deixou de estar apenas dentro de mim para passar a ser partilhada por duas pessoas que a amam muito e que começam agora a aprender a viver com ela. Por isso, este blog fica-se por aqui e um novo se inicia:

Carreguem aqui para entrarem no nosso novo blog, escrito pela mamã e pelo papá.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Enquanto mamã e bebé dormem

É impossível resistir a tanto charme...

Fica o sorriso de quem está em paz, na sua casinha.

terça-feira, novembro 16, 2004

Finalmente em casa!

Chegámos a casa há bocadinho. Já tive entretanto tempo para estar com a minha mãe e comer uma sopa e fruta (não me apetece mais nada), e estou agora à espera que a Beatriz acorde para lhe dar mama, mudar a fralda, etc...
Só tenho coisas boas a dizer da parte de obstetrícia e internamento para puerperas do Garcia de Orta. Foram sempre impecáveis. Nesse hospital a única parte má foi a urgência (mas isso também não é novidade).
Resumindo a história, mesmo sabendo que o Nelson já contou a maior parte (pelos olhos dele), no dia 11 de Novembro comecei a sentir dores parecidas com as do período por volta das 5 da tarde. Sabia que as dores de parto eram parecidas com isso, porque sempre tinha sido assim que mas tinham descrito, mas também tinham dito que davam de 30 em 30 minutos ou de 20 em 20 indo diminuindo o tempo progressivamente, e aumentando a intensidade da dor. Ora as minhas vinham de 2 em 2 ou 3 em 3 minutos. A intensidade mantinha-se quase inalterável. Porém, por volta das 8 da noite já as sentia mais fortes, de modo que eram incómodas e nem tinha vontade de ir comer. Visto estar em casa dos pais do Nelson, e saber a enxurrada de perguntas que me fariam caso eu dissesse que não queria comer e preferia ficar na cama, optei por ir jantar. A seguir ao jantar (por volta das 9) quando fui à casa de banho deu-se a hemorragia que me fez correr para o Garcia de Orta, assustada que tivesse acontecido alguma coisa à minha bebé. Sentia o útero mexer em contracção, mas não sentia propriamente a bebé.
Apesar de explicar a situação, dizer que estava de 40 semanas, com dores e tinha tido uma hemorragia, deixaram-me mais de uma hora à espera para me observarem. Enquanto isso iam entrando meninas de salto alto que o máximo que deveriam ter era uma infecção urinária ou algo do género. Estava a desesperar. Com vontade de chorar e muito medo que aquela espera fosse fatal para a Beatriz.
Quando entrei a enfermeira que me atendeu era de uma antipatia extrema. Só conseguia saber o que me estava a acontecer porque tentava perceber sozinha as coisas que ela comunicava à outra para escrever. A mim mal dirigia palavra.
Ao fim de algum tempo lá me mandaram para a zona de partos e a partir daí tudo correu lindamente, dentro do possível.
20 horas em trabalho de parto, as primeiras com dores suportáveis, mas mazinhas. Depois veio a epidural. A partir daí sentia muito pouco. Apenas durante meia hora de hora e meia em hora e meia quando uma epidural estava a perder o efeito e a outra ainda o ganhava. Também sempre que me colocavam a oxitocina sentia algumas dores. Quando aumentavam a intensidade da oxitocina a dor aumentava.
Ao fim de 19 horas uma médica lá me deu o ultimato de: "ou sim ou sopas" e ou a bebé descia ou ia para cesariana. Com meia epidural, a oxitocina aumentada de 10 para 40 as dores eram demasiado fortes. Eu só pensava que se tinha de continuar aquele trabalho de parto normal, acho que morria pelo caminho. Felizmente lá optaram pela cesariana.
Com muito cansaço e ansiedade em cima foi impossível ter uma cesariana com anestesia local visto que o facto de sentir alguma coisa me deixava demasiado ansiosa. Assim deram-me um calmante fortíssimo e adormeci (era mesmo calmante e não anestesia). Foi pena porque gostava de ter ouvido a Beatriz a nascer. Mas foi melhor assim.
Não digo que esqueci as dores quando a vi nos meus braços. Não esqueci. Mas lá que me anestesiou todas as que estava a sentir no momento anestesiou. E isso é uma das grandes vantagens da cesariana em relação ao parto natural. É que as de parto natural sentem-se com a ansiedade de ver o bebé e doem muito. As de cesariana são completamente anestesiadas porque temos um bebé ao colo. Amamentamos o nosso bebé (desde o primeiro momento, ao contrário do que por aqui diziam). Só não lhe mudei as fraldas da primeira noite. Porque na manhã após o parto já me levantei para ir tomar um banho (ou fazer uma lavagem "à gato"), e passei a tratar sozinha da minha bebé. Hoje, ao fim de 5 dias, poucas dores sinto e já estou em casa com a minha menina (podia estar ontem porque eu tive alta ontem, ela só teve hoje).
E sim, estou muito feliz. Mas emoções escrevo depois.

Será que é hoje...

A menina mais linda do mundo!

que os papás me podem levar para casa?

segunda-feira, novembro 15, 2004

Um sorriso rasgado e excelentes notícias!

Sorriso mai-lindo!!!E, depois das não tão boas notícias de ontem, hoje foi um dia de muita felicidade. A Sara já largou o seu amigo metálico e mexe-se agora muito mais à vontade, apesar das dores da cicatriz e do útero e a Beatriz acabou o seu tratamento de beleza, e está de volta ao seu berço, mesmo ao lado da sua mamã babada. Em princípio amanhã terão ambas altas e iremos os três para Constância, por isso podem imaginar o estado de total alegria em que nos encontramos. Esta noite foi a vez do seu 1º banhinho a sério e do pai mudar o seu 1º par de fraldas...e vá lá, parece que nos safámos bem, porque apesar de estar com algumas cólicas, ela portou-se à altura de tão solene ocasião. Quanto ao sorriso de que vos falava ontem, vejam a imagem da Beatriz a olhar para a sua mamã...penso que não ficam dúvidas!

domingo, novembro 14, 2004

A Beatriz no solário

É de novo o papá babado que aqui escreve. E, infelizmente, as notícias não são as melhores. A nossa Beatriz está com um pequeno problema de icterícia, o que faz com que actualmente esteja a ser tratada, desde ontem à noitinha, com fototerapia (banhos de luz), ao lado da sua mamã. Diz a Sara que a bebé parece uma pequena tia no solário, com uma vendinha para os olhos e tudo. No entanto, como boa bebé que é, mantém-se calma e dorminhoca, faltando-lhe apenas o contacto permanente (ou quase) da mãe com ela. No entanto, sabemos que é o melhor para ela para evitar males futuros. Espero que as análises que lhe vão fazer amanhã mostrem uma melhoria da situação para que as preocupações que temos se possam desvanecer. A Sara esteve bastante nervosa desde ontem à noite mas, quando saí do hospital esta noite, reparei que estava bem mais calminha. Penso que a bebé percebeu isso e ficaram as duas muito bem, uma no colo da outra, na maior das pazes. De qualquer maneira, não me parece que isto seja problema que se possa colocar no caminho da maior das paixões, a nossa pela nossa menina! Está cada vez mais linda, cada vez mais meiga (às vezes dá ideia de sorrir, mas pode só ser dos nossos olhos) e cada vez mais o nosso coração bate ao ritmo do dela...a nossa princesa!

sábado, novembro 13, 2004

Mais notícias do mundo da Beatriz

Em primeiro lugar, um enorme elogio para o departamento de Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta. O mais puro exemplo de profissionalismo, respeito e dedicação ao trabalho - 5 estrelas.
Agora as duas meninas: a Beatriz está bem, calminha como tudo, reage muito bem às vozes e ao toque da mãe e do pai (acalma logo quando um de nós lhe passa o dedo na cabecinha ou quando falamos com ela)...é uma sensação simplesmente incrível vê-la relaxar imediatamente. De resto, mesmo com o barulho provocado pelas visitas das duas "vizinhas" (os avós e a tia da Beatriz portaram-se lindamente), ela consegue dormir, e ainda bem. Não quero que ela (e por consequência a mãe) fique stressada por haver quem não saiba respeitar o espaço de recobro. Infelizmente há pessoas para quem o limite de pessoas por cama, a proibição de fumar e o barulho são pormenores!
A Sara está bem, apesar de algumas dores causadas pela cesariana e por ter que andar com o soro atrás...mas o olhar que a Beatriz lhe dedica cura qualquer dor, penso eu!

O olhar da filhota para a mamã

Aí está a Beatriz a olhar para a sua mamã...só vos posso dizer, é amor incondicional!

As primeiras imagens da Beatriz...

Olá amigos, é o (agora mais que nunca) papá babado outra vez...

E para vocês, as primeiras fotos tiradas à nossa pequenina, a 1ª acabadinha de conhecer o papá, a 2ª a dormir sossegada no recobro, ao lado da mamã. Espero que gostem!

1ª foto da Beatriz
A 1ª foto de sempre da nossa Beatriz, tirada com cerca de 10 minutos de vida.


2ª foto da Beatriz, tirada às 22:00 da noite, no recobro, junto à sua mamã, a dormir o sono dos justos.

A propósito, a Sara encontra-se bem (está com óptima cara e com um ar de mamã babada que só visto), embora com as dores normais de muitas horas de parto a finalizar com uma cesariana. A bebé parece sossegada e, babadice paterna à parte, é linda de morrer. Agora vou deitar-me e preparar-me para visitar as minhas duas princesas, amanhã após o almoço. Já estou a morrer de saudades, admito. Obrigado a todos os que nos enviaram mails, sms, escreveram posts e comentários...ainda não os li todos mas desde já o nosso muito obrigado! E hei-de levá-los à Sara para que os possa ler no hospital.

sexta-feira, novembro 12, 2004

A Beatriz está a caminho

Meus amigos, daqui é o quase papá da Beatriz que vos fala. A sua mamã está neste momento no Hospital Garcia d'Orta, após ter começado com pequenas contracções esta tarde. Tivémos um pequeno grande susto por causa de uma hemorragia que ela teve mas no hospital asseguraram-nos de que nada de errado se passava com a mãe e com a criança, cujo bater do coração se mantinha numas saudáveis 130-140 pulsações por minuto. Entretanto, e como a dilatação ainda não era muito significativa (3 dedos) vim a "correr" a Sesimbra buscar meia dúzia de coisas para lá passar a noite, incluindo o carregador do telemóvel e os óculos (porra das lentes de contacto que não aguentam o tempo suficiente)...agora vou a correr para lá. Espero que a Beatriz chegue por volta das 5 da manhã! Depois dou notícias...beijos e abraços a todos e até depois! Ala pra Almada outra vez...fui...

quarta-feira, novembro 10, 2004

Sono e descanso

qua quaA constipação do Nelson está a passar, o que significa que desde ontem as minhas noites são mais descansadas, sendo que hoje o papá nem sequer chegou a ressonar (ameaçou duas vezes mas passou-lhe depressa). Assim aqui volto eu ao meu estado de descanso. Ainda por cima temos saído todos os dias um bocadinho nem que seja para tomar um cafezinho, olhar para o mar e andar um bocadinho a ver as gaivotas (e a fugir dos seus cocós disparados do cimo dos candeeiros).
Mas a ansiedade de ter a minha menina nos braços aumenta a cada dia que passa. Acho que com tanta ansiedade para a ver até me passou o medo do parto (ou do desconhecido). Ainda por cima, estando por perto do hospital Garcia de Orta, continuo a ouvir testemunhos sobre o mesmo e, até hoje, ainda não apanhei ninguém que me contasse uma má experiência. Mesmo quando referem que não tiveram epidural por ser de noite, ou fim de semana e não haver anestesista, referem sempre que o tratamento foi muito bom. Isso deixa-me, francamente, muito mais descansada. Já que tenho de ter um parto natural, então que vá sem tanto medo e seja o melhor tratada dentro do possível para um hospital público.
Bom, voltando às noites e ao "dormir". A cama aqui tem o colchão mais duro do que aquilo a que estou acostumada, de modo que por vezes acordo com alguma dor nas coxas (visto que o meu peso também é bem maior), mas, para atenuar os desconfortos uso o "método almofadas": uma almofada entre as pernas e outra na barriga. Na verdade a almofada que uso na barriga não é bem uma almofada... é aquilo que vêem na imagem deste post.

terça-feira, novembro 09, 2004

E às 39 semanas e 4 dias

Uma foto quase acabadinha de tirar (como podem verificar à frente parece achatada ;)):



P.S. - Sim, estava convencida que era quarta-feira e tinha um dia a mais na semana. Afinal eram 39 semanas e 4 dias.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Barriga quadrada

A barriga não pára de crescer, mas se até agora tinha crescido para a frente e ficado muito redondinha, agora começa a crescer para os lados talvez por já não ter espaço para crescer para a frente, de modo que deixou de ser redonda começa a parecer quadrada. A Beatriz estica-se para os lados e já se sente perfeitamente as costas dela todas do lado direito da barriga. De vez em quando lá sinto os pezinhos do lado esquerdo. Por vezes pressiona tanto que me magoa, mas gosto imenso de sentir os pezinhos dela e as mãozinhas mais abaixo.

domingo, novembro 07, 2004

Fora do "meu canto" - as desvantagens

Hoje (ontem) fui passear e lanchar com uma carrada de amigos. Muito provavelmente foi a última vez que eles viram a Beatriz dentro da barriga, para a próxima já estará cá fora.
Agora, e mais uma vez, não consigo dormir.
Comentam a Avena e a Quase Grávida nos seus blogs que gostam muito de estar no cantinho delas, que são um bicho do mato. Eu costumo designar-me como uma "gata selvagem" porque consigo ser muito meiga mas só aceito festas quando bem me apetece. Também não gosto nada de me sentir fora do meu cantinho. Não gosto de me sentir sem o "poder" sobre o espaço onde estou. Esse é o verdadeiro motivo pelo qual não consigo dormir. Ora bem, andei por aqui a dizer que era cansaço, "fartice" da barriga, dores e sei lá que mais. Mas o cansaço existe apenas porque não tenho dormido como deve ser, as dores da barriga são muito provocadas pelo facto de não conseguir arranjar posição, não por a barriga estar grande, mas por eu estar fora da minha cama. Noutra cama, com um colchão mais duro, com companhia e uma companhia extremamente barulhenta. Nos últimos dias o Nelson tem estado com um pouco de tosse e a garganta atacada. De modo que, como já aqui alguém escreveu em comentários, parece uma verdadeira traineira (e ele vai-me matar por estar a escrever isto). Normalmente ele já ressona, mas tem um ressonar mais leve. Um ressonar que, uma vez estando eu a dormir, não me acorda. Agora não. Agora acordo assustada e sobressaltada. Se me deito começo, de facto, a adormecer, porque tenho bastante sono e estou bastante cansada. Mas logo logo começo a acordar aos saltos por ser assustada. De modo que se torna impossível continuar a tentar dormir. Se o faço enervo-me demasiado, mas se não o faço quase dou em doida com o sono e a vontade de me ir deitar. Por vezes tenho vontade de lhe bater e dizer: não dormes! deixa-me dormir a mim (é essa a vontade que estou a ter agora, daí estar aqui a escrever tudo isto). É que eu adormeço com quase todos os tipos de sons, não significa que durma bem, mas adormeço e durmo. Adormeço com a televisão ligada, adormeço quando ele está ao computador... mas com este tipo de ressonar não é mesmo possível.
O que tem isto a ver com o facto de estar no meu canto? tem tudo. Tem porque eu, no meu canto posso fugir. Posso ir fazer outras coisas, posso ir dormir para o sofá, posso obrigá-lo a ir dormir para o sofá. Aqui não. Aqui só tenho uma saída: ficar no mesmo quarto, onde está este computador e uma televisão, e tentar entreter-me com esses dois objectos. De modo que me sinto presa e sem maneira de poder dormir. É desesperante. O pior é que ele não tem culpa e não posso obrigá-lo a não ressonar. Eu tento que ele mude de posição, às vezes funciona, mas nos últimos dois dias não tem adiantado nada. De modo que desisto de estar deitada e venho para aqui escrever ou jogar a qualquer coisa. Disso também me canso depressa e as opções vão-se. E passar uma noite em branco, a ouvir uma pessoa a ressonar bem alto, sem nada para fazer é, realmente, desesperante e esgotante.
Vim dizer tudo isto também porque houve alguém que fez um comentário do género: "estava a achar muito estranho que descrevesses a gravidez como uma maravilha, e agora vês como é". Ora, primeiro eu nunca disse que eram só rosas. Sempre falei dos incómodos da gravidez (até porque sofri uma ameaça de aborto no primeiro trimestre o que, como devem imaginar, é muito mau), simplesmente acho que não são assim tantos e os que são, são menores do que os incómodos de 9 meses com o período. Prefiro mil vezes uma gravidez, a 9 meses normais (com o período e tudo o que ele me provoca). Obviamente que a barriga agora pesa mais, mas eu sempre contei com isso, nunca disse o contrário, mas não acho que seja nada problemático. Gosto muito da minha barriga. Continuo a adorá-la. Mas, neste momento, apetecia-me mais ver a Beatriz do que olhar para a minha barriga.
Por isso vim esclarecer que o mal estar que tenho sentido não é tanto por estar grávida e sim por estar num local que não o meu canto, onde tenho as minhas opções e o "poder" sobre o local.
Claro que isto é um pouco diferente do que dizem a Avena e a Quase Grávida. Eu não evito estar com os amigos do Nelson, nem vir a casa dos pais dele. Mas, realmente, muito tempo fora do meu canto começa a deixar-me atrofiada por diversos motivos. Porque me sinto presa, porque me sinto pressionada, porque me sinto "vigiada", porque me sinto sem opções, porque me sinto sem o poder de fazer o que me apetece. Por exemplo agora, se estivesse em minha casa poderia, ou ir para o sofá, ou até agarrar no carro e ir dar uma volta. Mas e aqui? como posso eu sair de casa, agarrar no carro e ir dar uma volta? não posso, é impossível.
Com tudo isto a Beatriz sente a minha agitação (ou ouve o Nelson, não sei) e passa o tempo todo a mexer-se imenso.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Às 38 semanas e 5 dias

Aqui está uma das últimas imagens da minha barriguita, tirada há dois dias atrás pelo papá da Beatriz.

A Beatriz com 38 semanas e 5 dias

39 semanas de muito cansaço e algum (bastante) aborrecimento

Pois é, cá estamos. Continua tudo na mesma. Queria meter aqui as últimas fotos que o papá tirou à barriguinha mas o computador está armado em teimoso e não as recebe.
Entretanto tudo o que se faz por esta altura é esperar. Esperar que a Beatriz se decida a sair (ou melhor, que o meu útero se decida a expulsá-la, coitadinha!).
Eu estou cada vez mais cansada. Dormir tem sido quase impossível. Adormeço muito tarde, acordo 500 vezes durante a noite e de manhãzinha já saí da cama por estar farta de lá estar a lutar por um descanso que não consigo ter. Fico aborrecida com isso porque queria verdadeiramente descansar mas, por variados motivos, é-me impossível. Qualquer dia tenho algum esgotamento.
Confesso que, até agora tive uma gravidez muito boa. Sem grandes problemas sem grandes irritações, descansava bastante bem, etc. Agora estou a ficar verdadeiramente aborrecida por ainda estar grávida. Estou cansada, tenho uma dor permanente na barriga, não consigo arranjar posição para estar deitada porque, ou me fica a doer mais a barriga, ou a pressão que exerço sobre as coxas me dá uma dor grande, ou não tenho onde meter os braços, ou não tenho onde meter as pernas, ou há um barulho que me incomoda, ou qualquer outra coisa. Dormir tem sido, realmente o maior martírio e fico logo com vontade de chorar de cada vez que anoitece.
Durante o dia tento manter a boa disposição, o que nem sempre é possível. Às vezes penso que talvez não tenha sido boa ideia sair do "meu mundo" mesmo no final da gravidez. Por outro lado fiz essa escolha para que o nascimento da Beatriz me provocasse menos stress e medo. Não queria ir para um hospital onde sei que, à partida, ia entrar aterrorizada por nunca ter ouvido uma boa história de lá. Se é exagero das pessoas, ou é mesmo assim não sei, nem interessa assim tanto saber. "onde há fumo há fogo". Além disso não foram só as "pessoas comuns", as que lá tiveram filhos ou as que conhecem quem lá os teve, quem me aconselhou a não ir para lá (aliás, as "pessoas comuns" nem me desaconselharam, apenas meteram aquele ar resignado do "não podemos fazer nada, temos de aguentar, é assim mesmo e vai ser assim em qualquer lado"). A minha obstetra aconselhou o mesmo, a fisioterapeuta do curso de preparação para o parto também o aconselhou e uma médica amiga minha também considerou melhor. É demasiada gente a dizer o mesmo. Por isso optei por sair do "meu mundo" para vir para um hospital melhor. Seja ou não verdade que o outro hospital é mau, é um pouco indiferente porque, mau ou bom eu ia entrar à partida aterrorizada e isso nunca seria bom.
Gostava era que a Beatriz se decidisse a vir rapidamente ou ainda dou em doida e tenho alguma crise de choro que depois não sei, nem quero, estar a justificar.
Bom, talvez o facto de ontem não ter saído de casa todo o dia também tenha contribuído para este meu estado "depressivo". Preciso de andar e apanhar ar e, não fazendo isso, atrofio o bom bocado ;)

quinta-feira, novembro 04, 2004

Ansiedade, cansaço, dificuldade para dormir...

Aumenta a ansiedade em conhecer a Beatriz, mas parece que esta menina decidiu ficar aqui por dentro tanto tempo quanto aquele a que tem direito. Não sinto qualquer tipo de sinal de que ela queira sair, pelo contrário, parece-me bem instalada e estável.
Todas as noites por volta da mesma hora decide ter um ataque de soluços. A barriga continua a crescer e o umbigo já está quase plano. Isso faz com que pese mais e, consequentemente que dificulte o meu sono ou a minha posição para dormir. Isso aliado ao facto de estar habituada a ter uma cama de casal só para mim e, agora, estar a dividir uma (com todos os barulhos que daí advêm), aumenta a dificuldade em adormecer. Daí estar aqui a esta hora a escrever um post, sem ter realmente muito para dizer, mas com o objectivo principal de fazer tempo para que me venha ainda mais sono de modo a que me vá deitar com tanto tanto que adormeça em qualquer condição. Sim, eu sei que devia estar a aproveitar os últimos dias sem um bebé para poder dormir descansada. Mas a verdade é que não me é possível esse descanso. Só tenho medo de depois já estar demasiado cansada para aguentar mais o esforço de me levantar com uma bebé a chorar e ficar, obrigatoriamente, mais uma hora desperta para lhe dar de mamar (e mudar fraldas e etc.)... Mas terei de ter forças para isso. E sei que será sempre compensador, por muito cansativo que seja.

terça-feira, novembro 02, 2004

Constipargia

Nos últimos dias tenho andado com aquilo a que intitulei uma constipargia. Ora, a constipargia é uma mistura de constipação com alergia. Poderia mesmo dizer que, no meu caso, são 40% de constipação e 60% de alergia.
Tudo começou no dia em que vim ter com o Nelson. A minha mãe, que estava constipada, despediu-se de mim (a próxima vez que me vir já vou ter a Beatriz comigo), com muitos beijos e abraços e deve ter-me passado algum virus. Além disso, no quarto onde passei a dormir estavam "novos" cobertores saídos directamente do baú onde estiveram guardados todo o ano. Resultado: a constipargia. Desde sexta-feira até hoje passei uns dias terríveis. Muito espirro, muito ranho (sintomas de alergia), e alguma dor de cabeça, alguma tosse e dor de garganta (sintomas de constipação). Entrei no dilema de não saber exactamente o que tinha porque me apercebia que a coisa piorava em ambientes fechados, especialmente no quarto. Comprei Benuron. Tomei, ao todo, 3. Sempre que o tomava a coisa melhorava um bocadinho. Mas se voltava a um ambiente fechado piorava de novo. Ontem, a santa mãe do Nelson decidiu meter uma máquina a tirar todo o pó do quarto. Aspirou colchões, cobertores, almofadas, alcatifas... enfim, tudo o que apanhou para aspirar. A verdade é que melhorei a olhos vistos.
E pronto. Mas ainda tenho algum medo de estar constipada. Não queria nada que a Beatriz apanhasse uma constipação mal acabasse de nascer. Enfim... logo se vê.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Não, não, ainda não nasceu

Estive sem internet desde sexta-feira passada, mas, para compesar, estou com o papá da Beatriz também desde a mesma altura :)
A Beatriz continua sossegadinha dentro da barriga e com cada vez menos espaço. "Finalmente" sinto alguma dificuldade em arranjar posição para dormir, mas também já é a 38ª semana.
Soube hoje que nasceu a bebé de uma conhecida minha que estava com uma semana e meia a menos do que eu. Ela sentiu dores durante a noite, dirigiu-se ao hospital, no hospital decidiram provocar-lhe o parto e, apesar da bebé ter apenas 2,200 kg, foi-lhe feita uma episiotomia. O parto durou 30 minutos. Disseram que a episiotomia foi feita para facilitar. Eu pergunto: para facilitar o quê e a quem? custava-lhes muito esperar mais 15 ou 30 minutos para que a bebé nascesse? facilita mais a vida da mãe agora ter de recuperar da dita episiotomia quando poderia ter tido um parto fácil e sair "fresca como uma alface" sem ter sido sujeita a cortes e a pontos no sitio onde estes ficam?... enfim, é uma coisa que, realmente, me revolta. Fora isso está tudo bem.