Estou grávida, socorro!

Inicio um diário da minha gravidez. Um diário que poderá vir a ser útil a todas as futuras grávidas. Falo também de outros bebés que estão na minha vida. Sobrinha, filhos de amigas e amigos ou de conhecidas e conhecidos.

sexta-feira, outubro 29, 2004

O papá e a barriga

Ora bem, a Avena inspirou-se na Lipa para escrever um post sobre o papá e a sua relação com a barriga, e eu agora inspiro-me nela para fazer o mesmo (e isto qualquer dia é uma cadeia de posts que não pára).
Ao contrário do que acontece com a Lipa e a Avena, o papá da Beatriz sempre teve uma relação chegada com a barriga. Começou logo a fazer festinhas e a dar beijinhos. Mas creio que foi mais a partir do momento em que a barriga se tornou visível e, ainda mais, quando ele sentiu a Beatriz que a coisa se tornou mais íntima.
O Nelson fala imenso com a nossa menina. Acho mesmo que fala mais do que eu, que sou mais de "pensar para ela". Claro que em termos de quantidade, e por ele não estar sempre connosco, eu acabo por falar mais. Mas acredito que se estivessemos sempre juntos (e a partir de hoje vamos estar :)) ele falaria mais do que eu. Gosta de lhe colocar a mão e fazer festas e não tem medo de o fazer em público. Até os beijinhos dá em público ignorando as caras de surpreendidos dos outros homens ou de emocionadas das outras mulheres (e eu toda vaidosa, claro). Sei que tem imensa pena de não me ter podido acompanhar a todas as consultas (e, principalmente as ecografias), mas não me esqueço de como ficou emocionado por ter visto a Beatriz na segunda ecografia (na qual ela revelou ser uma menina), e o carinho com que a começou logo a tratar por ser "a menina dele". Por isso e muito mais me convenço que ele é um óptimo pai.
Sei que nestas coisas da "relação com a barriga" ele é mesmo uma excepção. Lembro-me do meu cunhado não ter ligado quase nada à barriga da minha irmã até ao fim e a onda de paternidade só lhe ter batido (com uma força brutal) no dia em que a bebé nasceu (ainda por cima sendo a menina a cara chapada do pai). E, por ser uma excepção se torna ainda mais especial.
Por isso, Avena, não são todos assim "distantes", nem todos têm medo de mostrar esses sentimentos tão nobres e que, para muitos, são apenas próprios das mulheres e das mães porque nós é que os carregamos. Mas lá que é raro eles assumirem assim estes sentimentos todos, isso é. (Sou uma sortuda).

E agora, um recado escrito para a Beatriz que entra hoje na 38ª semana: Filhota, aguenta-te aí mais umas horitas porque o papá está mesmo mesmo a chegar.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Choras tu ou choro eu?

A minha pobre sobrinha ontem foi tomar a última dose da vacina da hepatite. Primeiro não lhe apanharam logo a veia e tiveram de a espetar de novo. Choro descontrolado, claro. Lá lhe deram a vacina. Chegou a casa a lamuriar-se, mas nada de especial. Comida dada, fralda mudada, sesta. Até aqui tudo bem. À noite tinha a perninha inchada, não se podia sequer roçar por lá e um pouco de febre. Chorava num choro de lamúria constante e parecia que fazia queixas.
Cheguei-me perto dela, estava ela a mamar. Largou a mama, olhou para mim e começou num lamento baixinho a olhar-me nos olhos como quem se queixa que lhe fizeram mal. Chorava e fazia sonzinhos que soavam a "Bebebebebebe". Não aguentei. Desatei num pranto quase pior do que o dela.
A minha mãe e a minha irmã só olhavam para mim e diziam: "vais ser uma desgraça com a tua filha, ela a chorar com dores para um lado e tu para o outro porque não podes fazer nada". E o pior é que vai mesmo ser assim. Sinto-me um pouco incompetente porque nessas alturas o que o bebé precisa é que o reconfortem e não que chorem com eles. Mas quem é que consegue ver uns olhinhos de suplica e queixa a olhar para nós e a chorar e ficar impávido e sereno a tentar "apenas" acalmá-los?... Bolas!

quarta-feira, outubro 27, 2004

Ora aconselhem-me lá

Ando há tempos a pensar que biberões comprar. Inicialmente estava totalmente decidida pela Avent, mas mais tarde verifiquei que as tetinas da mesma se estragam a uma velocidade brutal(experiência da minha irmã). Pensei assim optar pelo steril bib da bebé confort, mas, pelos vistos, esse só dá por poucos meses tendo, mais tarde de comprar outro (não serve... quero ter uma só despesa). Agora fiquei sem saber o que comprar. Quero de vidro porque os acho mais higiénicos e podem ser fervidos sem problemas. Não queria muito caros, mas também não quero uns que sejam mauzinhos. Gostava de uns que tivessem o sistema anti-cólica ou anti-soluço ou qualquer coisa assim.
Alguém aconselha?

Dúvidas

Fiquei com dúvidas por causa do comentário da Carla no post abaixo. Fala-me nos Ctgs e numa serie de exames semanais a partir da 37ª semana: o strepto B, exsudado vaginal, prova de anestesia, etc... A minha médica disse que agora era só esperar, que não era necessário mais nada e eu nunca fiz esses exames todos. Agora fico com dúvidas se deveria ir a um centro de saúde ou a um hospital perguntar se é necessário mais alguma coisa. Porque já a minha irmã me falou nos Ctgs. O que acham que deva fazer?

Sonhos

Já li em vários sitios que no início da gravidez os sonhos são "estranhos". É mesmo essa a descrição dos sonhos: estranhos. A verdade é que eu, no primeiro trimestre tive, realmente sonhos estranhos. Não me lembro de nenhum agora em particular, mas lembro-me de acordar com aquela sensação do "bolas, que sonho tão estranho!".
Também por vários sitios tenho lido que durante o ultimo trimestre se sonha muito com o parto. Não me aconteceu. Nunca sonhei com o parto neste último trimestre. Mas sonhei no 2º trimestre. Aí por volta do 4º mês. Lembro-me de sonhar que a Beatriz estava a nascer e era dia 27 de Outubro. Daí ter referido este sonho hoje. Espero que não se torne realidade e ela espere mais uns diazinhos para nascer.

terça-feira, outubro 26, 2004

O choro

Todos os bebés são diferentes. Mas na Bebé d'hoje nº84 de Outubro de 2004 vem um artigo sobre o choro dos bebés. Porque choram e como acalmá-los. Dentro desse artigo está um quadro com os vários tipos de choro que vos deixo aqui porque achei interessante (e parece-me, pela experiência com a minha sobrinha, que o tipo de choros bate certo):

Choro de fome

Se o bebé tem fome o seu choro será explosivo e curto, seguido de uma pausa para respirar, e logo virá outro pranto. Se não lhe acudimos, pouco a pouco tornar-se-á mais intenso e rítmico. Além disso, costuma bater com a mão na cara e na orelha como se estivesse à procura de alguma coisa, ou morder os punhos e chupar os dedos. E com tudo isto quer dizer: comida!

Choro de Sono

O aparecimento do sono às vezes vem acompanhado de um choro suave, uma espécie de lamúria que se intensificará se tratamos de distrair o bebé ou espevitá-lo. Esta lamentação é menos rítmica que a da fome ou a da dor. A sensação de cansaço também pode fazê-lo puxar os cabelos, mexer nas orelhas, esfregar os olhos ou tentar chupar algo.

Aborrecimento

Quando o pequeno tem vontade de se divertir e vê que as suas possibilidades de entretenimento são poucas, tentará chamar a atenção com gorjeios que, se não forem atendidos, passarão a protestos ou gritos. Pode, simplesmente querer mudar de cenário, ver a mamã ou o papá ou que o ponham numa posição diferente para descobrir outras coisas.

Colo, por favor

Os bebés pequenos também pode sentir medo do desconhecido e chorar porque precisam de companhia (e isso não é um capricho). Dependendo do temperamento do bebé, protestará ou não quando se sentir sozinho. É um choro que, felizmente, se acalma quando o pegam ao colo. É uma causa habitual de queixa também nos bebés maiores e nas crianças.

Que stress!

Um bebé pode sentir-se tenso? Claro que sim, sobretudo quando sofreu um excesso de estímulos (luz, visitas, ruído...). Por isso, o choro para libertar o nervosismo costuma aparecer ao fim do dia. Trata-se de um choro forte, que pode durar um bocado, e que não pára se tentamos mexer-lhe ou dar-lhe de comer. Só quer aliviar a tensão acumulada.

Problemas com a fralda

Se se sente incomodado porque a fralda está suja ou o aperta chorará baixinho com um tom queixoso. Mal se mude, deixará de chorar. Geralmente, acompanhará o choro com uma expressão enfurecida, os punhos muito cerrados e, inclusivamente, pode ficar com a cara vermelha. A duração deste choro pode ser mais longa do que quando sente uma dor. E é possível que os soluços intermitentes continuem mesmo depois da "birra".

domingo, outubro 24, 2004

Ainda o mau feitio

Reparei que alguns baby blogs pegaram no tema do mau feitio das grávidas. Por isso decidi voltar a escrever sobre isso.
Há cerca de um mês estava eu em conversa com uma amiga minha que é psiquiatra e, após ela me ter perguntado como estavam as coisas com a minha mãe, eu disse que estava tudo bem mas que, estando ela com a menopausa e eu grávida, tinha de ter mais paciencia para que tudo corresse sobre rodas. A resposta dela foi imediata: "isso é desculpa". Fiquei a olhar para ela e disse: "ah pronto, então vou deixar de a desculpar!". Seguidamente veio a explicação psiquiátrica da coisa. Na verdade há uma alteração hormonal que afecta o estado de espírito da pessoa. Em termos de irritabilidade fica-se mais sensível, bem como em termos de emotividade. As emoções são todas potenciadas em alturas como a gravidez, o Sindroma Pré-Menstrual, o Período Menstrual e a Menopausa. De acordo com ela há, especialmente, três fases difícieis na vida das mulheres: a passagem pela adolescência, a gravidez e a menopausa. Mas o facto de, nessas alturas todas, se estar mais susceptível a alterações de humor, não significa que não se possa controlar. A partir do momento em que a pessoa se apercebe do que se passa, basta um esforço maior para controlar e "não chatear os outros". Obviamente que aqui entra a parte do comodismo e da "desculpa". Se é mais difícil de controlar a mulher usa a desculpa das hormonas para não controlar. Não deixa de ser desculpa. E mesmo quem passa por ela sabe disso mas, apesar de saber disso, dá a desculpa a si mesma que seria pior para ela própria se tivesse controlado porque, apesar de para os outros ser pior, ela fica mais calma se deixar explodir a sua irritabilidade naquela altura.
Enfim, é uma faca de dois gumes.
Eu pessoalmente noto que fiquei com melhor feitio na gravidez exactamente por sempre ter pensado que isso do "mau feitio na gravidez" era desculpa. Como tal fiz um esforço maior para o controlar e consegui. Não é que não tenha andado mais irritadiça, porque andei, ou mais sensível, porque também andei. Estou mais sensível, é certo, mas não me é impossível controlar a irritação e o mau feitio para com os outros. Como disse, ao longo da gravidez, tive uns 5 ataques de real mau feitio porque, não tendo sido impossíveis de controlar, foram mais difíceis do que os outros talvez porque estivesse na altura de "rebentar", ou por ter sido provocada ao limite. Naturalmente que as outras pessoas devem também levar em conta que a pessoa está mais irritadiça e com maiores dificuldades para controlar isso, evitando conflitos. É óbvio que se houver provocações, o limite de resposta à provocação é menor do que seria numa altura normal, mas é sempre possível controlar. Basta querer. É apenas mais fácil pensar: "estou grávida, estou mais irritadiça, tenho este direito".
Porém, seja por "desculpa" ou falta de controlo momentâneo acho que se deve sempre desculpar uma grávida ;)

sábado, outubro 23, 2004

"No meu tempo"... - Reflexão

Dei comigo a pensar nesta expressão, "no meu tempo".
Estando grávida muitas são as pessoas que me afirmam que a minha vida vai mudar radicalmente e "vais deixar de viver para viveres para ela". Sim, acredito que a minha vida mude radicalmente, aliás, sei que vai mudar radicalmente, não só porque a Beatriz vai entrar nela, mas também porque vai mesmo mudar em todos os sentidos. Vou mudar de casa, deixar de viver sozinha, passar a viver com mais duas pessoas, mudar de ares... enfim, mudar muita coisa. Mas não vou deixar de viver, nem vou viver PARA a Beatriz, vou viver para mim COM a Beatriz que será a parte mais importante da MINHA vida.
Isto tudo por causa do "meu tempo". Não, ele não acabou. Ele continua, diferente, mas continua. Não entendo as pessoas que dizem "no meu tempo" era assim ou assado. E agora? o tempo deixou de ser delas? deixaram de viver?
Noutro dia dizia-me a minha mãe que "a coca-cola é do meu tempo" (do tempo dela). E continua a ser do tempo dela e do meu e vai ser do da Beatriz. Pelo menos é o que eu penso. Considero que "o tempo" das pessoas só acaba quando elas morrem, por isso não concordo com a expressão "no meu tempo". Se disserem coisas como "no meu tempo de escola" ou de faculdade ou de qualquer coisa, tudo bem. Fala-se de um tempo específico que era diferente do tempo de hoje. Mas "o meu tempo" pressupõe que a pessoa deixou de o ter. Deixou de pertencer a este tempo. Isso não é estarem a matar-se antes de morrer? Não é uma recusa de se actualizarem porque "este tempo" já não é deles e como tal não têm de o entender porque "o tempo deles" era diferente?
Não quero ter desculpas. Quero que o tempo seja sempre meu. Manter-me actualizada e entender o tempo actual, concordando ou não, mas entendendo.
O "meu tempo" vai ser meu enquanto eu viver porque "só se vive uma vez".

sexta-feira, outubro 22, 2004

37 Semanas

Entro hoje na 37ª semana. Oficialmente a Beatriz já não seria uma prematura se nascesse :)

Receita para a diarreia durante a gravidez

Esqueci-me de dizer que, para além de todas as outras coisas, tenho andado com uma diarreia. Digo isto só para informar, a quem possa sofrer do mesmo durante a gravidez, que o que a minha médica me receitou foi apenas coca-cola muito muito mexidinha para se lhe retirar o gás. E agora lá ando eu às refeições a mexer um copo de coca-cola, a ver o gás sair e a beber uma coisa que parece um ice-tea com sabor a coca-cola. Acho que começa a fazer efeito. Pelo menos não tenho corrido tantas vezes à sanita.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Más notícias disfarçadas de boas...

...Ou boas disfarçadas de más (não sei bem)

Hoje fui à médica pela última vez. Está tudo bem. Ao medir-me o útero a médica disse: "ora aqui está uma bebé valente"... pois gostava de saber o tamanho desse valente. Claro que a minha resposta foi um irónico "ai que animador!". Obviamente que fico contente por a Beatriz estar bem desenvolvida, o pior é mesmo quando não desenvolvem, mas quem a vai "meter cá fora" sou eu. E, sendo valente, mais custa.
Ela tem as costas do lado direito o que sendo bom, fiquei a saber, prolonga o trabalho de parto. Por isso mais uma "animação".
Boas notícias mesmo é o facto da minha anemia estar melhor. Os valores estão quase bons, assim como tudo o resto nas análises está bom.
Más notícias é que tenho uma infecção vaginal. Ou seja, não convém nada que a Beatriz nasça enquanto a tiver porque senão pego-lhe isso, o que era uma chatice. Amanhã começo a meter uma pomada que me foi receitada (mas que ainda não fui aviar). E afinal não tenho colostro, parece que tenho um líquido qualquer mas não é bem colostro. O que me deixou francamente triste. Mas nada como esperar pela altura certa. Ele há-de aparecer.
A médica estranhou que eu tivesse desistido das aulas de preparação para o parto pelo facto de elas me estarem a enervar e a deixar em pânico relativamente ao parto, uma vez que, o objectivo delas é exactamente o contrário. Mas a verdade é que me enervavam. Pelos vistos, segundo ela, se era esse o efeito, fiz bem em desistir. Pelo que ela me disse os exercícios de respiração nem são assim tão importantes, o importante eram as informações que me iriam transmitir e que, supostamente, serviam para me deixar calma. Tiveram o efeito contrário e, como digo, as informações vou buscá-las a outro lado.
Quanto ao hospital para ter a bebé, a minha médica também concordou que não tivesse neste uma vez que se recusam a dar epidural. Na opinião dela não devo abdicar da epidural e, como tal, devo procurar ir onde não ma recusem à partida. E pronto, fiquei satisfeita por ter tomados as opções certas. Agora espero que esta Beatriz não se apresse e nasça só depois de dia 29, altura em que estarei longe deste hospital de "carniceiros".

Nós!

Olhem nós aqui às 36 semanas e 5 dias.


quarta-feira, outubro 20, 2004

Desabafo!

Andava há dois dias a achar que a minha mãe andava mal disposta com alguma coisa. Atribui esse facto às hormonas próprias da menopausa e tentei passar ao lado de provocações (devido Às hormonas próprias da gravidez). Porém hoje veio a revelação. A minha mãe acusou-me de "andar a contar a nossa vida na internet". Ao que parece alguém mesquinho que se dá com a minha mãe lê este blog e, pelos vistos, inventa que eu conto o que se passa aqui por casa. Este blog desde o início que conta o que se passa comigo no assunto específico da minha gravidez. Se as pessoas não sabem perceber o contexto "blog" não tenho culpa. Nunca contei nada do que se passa aqui por casa. O problema é que, graças a essa pessoa mesquinha que nada melhor tem para fazer do que envenenar a minha mãe contra mim, apanhei uma carrada de nervos, discuti com a minha mãe e cheguei mesmo a sentir-me mal. Mas é assim. Por algum motivo detesto morar nesta "terrinha" de gente parva. Sempre detestei exactamente porque, a partir do momento em que para aqui viemos a minha vida familiar deixou de ser saudável para passar a estar em permanente pé de guerra. Porque diziam à minha mãe que as filhas isto e as filhas aquilo e ela sempre acreditou.
Se lêem também a minha mãe pode ler e também a minha irmã lê. Aliás eu própria dei o endereço deste blog à minha irmã, sabiam? e sabiam que a minha mãe se quiser pode vir lê-lo? e sabiam que um dia vou deixar este computador aqui ligado à internet com o intuito da minha própria mãe ir seguindo o que eu vou fazendo e sentindo quando estiver a morar longe dela? Se calhar não sabiam. Se calhar pensam que tenho o blog como algo secreto (se fosse secreto nem o assinava). Mas o desejo de criar conflitos dentro de uma família pelos vistos é maior. Sempre assim foi e, infelizmente, assim será. O que mais me custa é que ao fim de quase 20 anos de aqui morar com esta gente sempre a envenenar a minha mãe contra as filhas, a minha mãe ainda não tenha percebido que se há alguém que gosta dela somos nós e não quem a envenena, que as filhas nunca lhe deram motivos para desconfiar, e, mesmo assim, ligue ao que essas pessoas mesquinhas continuam a dizer e destrua o pouco de positivo que ainda existe na sua relação com as filhas. É, de facto, lamentável que assim continue.
Mais: se eu precisar que alguém me analise existem psiquiatras para o fazer. Agradeço que não o façam pessoas com a mente totalmente deturpada e uma mentalidade completamente retrógrada. Se não sabem ler blogs não o façam. Vejam a Quinta das Celebridades e tentem analisar o José Castelo Branco com essa mentezinha. Deixem-me a mim, à minha mãe, à minha filha e à minha família em paz.

terça-feira, outubro 19, 2004

Mau feitio

Existe uma opinião comum em como as grávidas têm mau feitio. Eu não notei que tivesse ficado diferente (já tinha mau feitio antes ;)). A verdade é que acho que andei mais bem disposta durante a gravidez (até agora), do que o "normal". Aliás, se não estivesse grávida tinha sempre de 3 a 4 dias por mês de grande mau feitio, durante o SPM (sou insuportável nessa altura, eu própria gostava de fugir de mim), enquanto que, nesta fase da minha vida tive, até hoje, uns 5 dias de mau feitio (em 8 meses já se ganhou bastante). Hoje é um deles, de modo que estou aqui "escondida" na minha casinha, em frente ao computador e a evitar a todo o custo ir ter com a minha mãe porque já sei que, se o fizer, vai sair briga na certa, vou enervar-me e ter uma crise de choro. E como sei isto? sei porque hoje de manhã já quase ia acontecendo. É verdade, uma grávida e uma mulher na menopausa no mesmo espaço dá faísca. E é preciso muita pachorra para aturar tanto uma como a outra. Quando estamos as duas com os nervos em franja, como hoje, acabamos por nos enervar mutuamente. O problema é que os meus nervos não fazem mal ao sistema nervoso da menopausa dela e os nervos dela fazem mal ao sistema nervoso da minha bebé...

segunda-feira, outubro 18, 2004

O parto e as escolhas da mulher

Já li em vários lados sobre as "escolhas" da mulher quanto ao parto. Já me falaram das Doulas e tornei-me há uns meses assinante a Mailing List do "parto nosso". O discurso é sempre o mesmo: Estar contra o sistema, contra os médicos, contra os profissionais que nos assistem. Falar dos direitos da mulher que dá à luz, do direito de escolher o parto natural sem outras intervenções. Ao que parece o número de cesarianas no Brasil é escandaloso e as mulheres revoltam-se agora contra isso e querem ter o direito ao parto natural (sem episiotomias, sem epidural, apenas mãe e filho). A isto acrescenta-se a companhia de uma Doula que faz o papel de apaziguadora (um pouco como se de uma mãe se tratasse, para dar carinho e acalmar na hora das dores do parto).
A realidade portuguesa é diferente por isso não pude sentir-me identificada com o "parto nosso". Recebo os emails mas, na maioria das vezes, já apago sem ler. Não me identifico com aquela luta. Sim, concordo que as mulheres deveriam ter o direito de escolher como dar à luz. Eu gostava de ter exactamente o direito de escolha contrário. Gostava de ter o direito à cesariana. Esse é-me retirado por uma qualquer norma europeia que, em vez de pensar no conforto de quem dá à luz, pensa na economia. No nosso país é ver as mulheres em parto natural a qualquer custo. O bebé tem o percentil 95? e depois? vem de parto natural. O bebé tem mais de 4 quilos? e depois? vem de parto natural. Epidural nem sempre (e até desconfio que raramente). Episiotomia, sempre (e neste caso identifico-me com as brasileira, porque acho que essa é uma intervenção desnecessária na maioria das vezes).
Este ano duas pessoas minhas conhecidas deram à luz por cesariana (uma é a minha irmã), as duas dizem que foi a melhor forma. Ao fim de cerca de uma semana estavam totalmente recuperadas. Sem dores, sem mais nada. Outras tenho visto terem parto natural e ficarem com mazelas para o resto da vida. A recuperação que é bem mais lenta devido à episiotomia que lhes é feita e, sendo um corte no local onde é, muitas vezes infecta devido às fezes que estão ali tão perto, arde com os "xixis", e impede a mulher de fazer uma coisa tão simples como sentar-se, complicando assim o momento da amamentação. Isto, na melhor das hipóteses, se não houver complicações, dura 3 semanas. Além de se ver atrasado o regresso a uma vida sexual activa, muitas são as mulheres que passam a sofrer de disfunção sexual após o parto vaginal, pois o canal vaginal alarga, e outras vezes o próprio clitóris é afectado durante o parto natural (mas parece que este não é um argumento válido, quando falo nele olham-me como se fosse uma tarada sexual e criticam o facto de me preocupar com a minha satisfação sexual para o resto da minha vida).
Por isso quando ouço falar das "escolhas" e de quem anda por trás dessa "luta" pelas escolhas, o que apanho são sempre pessoas para quem só existe uma escolha: a do parto natural (sem episiotomia, sem epidural). Concordo na parte em que o respeito pela mãe deveria ser maior. Em que o tratamento dado nos hospitais deveria ser mais humano (ou humanizado). Colocando de parte a hipótese de me ser feita uma cesariana, é também com isso que mais me preocupo: com a forma com que me vão tratar. Tenho um medo terrível que me "tratem mal", no sentido humano da questão. Tenho medo de estar com dores, gritar e ainda ser "tratada abaixo de cão". Esse é, francamente, o meu maior medo naquela hora (os outros são relativos às consequências do parto natural). Já me falaram em pedir uma doula (como se elas estivessem disponíveis para todo o país), mas, para ser franca, só vejo utilidade na doula no caso da mulher não poder ter mais ninguém presente. Junto comigo, na hora do parto, mais do alguém capaz de me manter calma, preciso de alguém a quem eu ame e que me ame. Na minha vida só vejo quatro pessoas que reunem essas características: o Nelson, sendo ele sempre a primeira opção por estar mais envolvido do que qualquer outra pessoa nesta hora da minha vida, duas amigas minhas e a minha irmã. A minha mãe não porque desmaiava ao primeiro grito que eu desse ;).
Por isso não entendo quando sei que há quem opte por ter a doula presente em vez do pai da criança. Talvez esteja a exigir demasiado do Nelson (neste caso), mas acho que ele será capaz de me acalmar muito mais do que uma desconhecida (ainda que essa desconhecida seja treinada para aquela hora) e também sei que olhará muito mais pela Beatriz, e viverá muito mais o seu nascimento, do que alguém para quem a bebé se limite a ser isso mesmo: uma bebé (com tudo de amoroso que isso representa).
Por isso se eu pudesse escolher (e sei que vou ser muito criticada por estas palavras), escolheria sempre cesariana porque, pelo que ouvi, pelo que vivienciei e pelo que li, só vejo vantagens na mesma (e, infelizmente, eu sei muito bem o que são as dores pós-operatórias... acho que as de parto natural devem ser bem piores e as da recuperação da episiotomia não devem ser muito diferentes).

sábado, outubro 16, 2004

36ª semana (8º mês) - Resumo da situação

Entrei ontem (sexta-feira) na 36ª semana e conto o dia 16 como o dia de passagem de mês, apesar de não ter a certeza se terei engravidado a 16 de Fevereiro, mas pode ter sido. Assim, tal como fiz um resumo no início do 6º mês, faço agora no início do 8º.
Posso dizer que tenho passado uma gravidez agradável e continuo a achar estranho quando me dizem que é uma altura horrível e cheia de incómodos. Lembro-me de ter ouvido a minha irmã dizer, por volta do 5º ou 6º mês dela que queria que a bebé "desaparecesse" porque estava farta da barriga e do peso. Na altura chocou-me e agora ainda me choca mais porque, apesar do peso, estou muito feliz com a minha barriga e a perspectiva de ir ter uma pessoa de quem cuidar e a quem amar.
Os incómodos, aqueles que toda a gente fala dizendo ser horrorosos e insuportáveis, só comecei a senti-los aos 7 meses e meio, mais coisa menos coisa. A barriga começou a pesar e a doer e "o dormir" tornou-se mais complicado. Passei a precisar de mais espaço na cama e a dor na barriga à noite era incomodativa. Continuam sem me doer as costas, continuam a inchar-me as pernas e pés mas isso não me incomoda por aí além, e os movimentos da Beatriz à noite não me incomodam (apesar de ser nessa altura que ela mais mexe), muito pelo contrário, o facto de a sentir acalma-me e adormece-me. Eu sei que parece incrível e que toda a gente diz que o bebé acorda a mãe e não a deixa dormir ao mexer-se. Pois a mim adormece-me exactamente por se mexer. Porque me acalma saber que ela está ali a mexer-se viva e bem. Já não me levanto com tanta facilidade dos sofás e cama porque se tentar fazer força na barriga ela doi e por isso tenho de me apoiar com os braços ou mão para me levantar. E, como já disse, o calor não me incomodou, incomoda-me mais o frio, tal como se não estivesse grávida.
Apesar de tudo não acho nada que estes incómodos sejam horrorosos e insuportáveis. São chatos, mas não insuportáveis.
Cresce a ansiedade sobre a hora do parto. O medo entretanto atenuou um pouco. Francamente, e ao contrário do que muita gente diz, prefiro, estando informada sobre o que me podem fazer na hora do parto, não pensar muito no assunto porque considero que nada posso fazer para alterar certos comportamentos a não ser tentar escolher um local de parto onde esses comportamentos sejam menos usados. Não concordo nada com quem diz que "é igual em qualquer hospital público". Não é. Há aqueles onde se sabe à partida que as coisas más vão acontecer, e há os outros onde até podem acontecer mas existe a hipótese de não ser assim. É esses que tento escolher, daí ter andado aqui a perguntar sobre os tratamentos nos diversos hospitais públicos. Se me tiverem de "tratar mal", prefiro não pensar muito nisso e tentar ter forças para aguentar as coisas na altura, porque não há nada que eu possa fazer para evitar. Não vou desatar a berrar e a tratar mal quem "me tem nas mãos"... É triste, mas é assim mesmo.
Acima de tudo cresce a curiosidade de conhecer a Beatriz, de a ter nos braços, de a amamentar e cuidar dela. Sei que, aconteça o que acontecer nesse parto que tanta ansiedade me traz, que tanta dor me vai provocar, vou sentir que valeu a pena logo que a veja. O que não significa que vá gostar das dores (como uma vez me tentaram convencer). Tenham pachorra, de dores eu não gosto, não são essas que vão alterar isso. Mas não deixa de valer a pena passar por elas para depois ter o nosso filho nos braços. É esse momento que anseio com toda a força. O facto do Nelson ir estar presente (se a nossa Beatriz não for apressadinha), também me traz uma paz de espírito muito maior. Fico com a sensação que, se me quiserem fazer mal, ele ali estará para me proteger e ali estará para olhar logo pela nossa filha enquanto eu ainda estiver demasiado dorida e cansada.
E é este o resumo à 36ª semana (8º mês).

sexta-feira, outubro 15, 2004

Gravidez de verão: um horror?

Toda a gente me dizia: "ai que horror tens uma gravidez de verão, deves estar a sofrer imenso com o calor!", ao que eu respondia, simplesmente: "eu gosto!". Sempre adorei o calor. Mas por muito que tentasse explicar isso, as pessoas insistiam que eu tinha de estar a sofrer e eu limitava-me a sorrir e pensar "caramba, esta gente tem de ver aspectos negativos em todo o lado". Diziam-me sempre que uma gravidez de inverno era muito melhor, que o verão era um horror e que eu tinha um azar do caraças por estar grávida no verão. Não concordei no pico do calor, concordo muito, mas muito, menos agora que começamos a entrar no frio.
Não foi por estar grávida que senti mais calor que nos anos anteriores (aliás, no ano passado o calor foi bem pior) e só encontro vantagens:
1º - Poupei imenso dinheiro em vestuário porque tinha roupinhas de verão que me serviam perfeitamente.
2º - Andei orgulhosamente a mostrar a minha barriguinha por fora das camisolas.
3º - Dormia apenas com um lençol por cima (por vezes nem isso), o que me permitia mexer muito mais facilmente na cama entre as diversas almofadas que mudava de um lado para o outro.
4º - Vestir era mais fácil. Primeiro porque tinha pouquíssimas peças para enfiar, segundo porque não tinha de enfiar meias (que é o que custa mais), terceiro porque nem sequer tinha de me dobrar para me calçar uma vez que os chinelos de enfiar no dedo se calçam mesmo em pé.
5º - Podia ir relaxar para dentro de água (apesar de não ter aproveitado isso decentemente... mas podia tê-lo feito).
6º - Sempre que ia ao café ficava na esplanada fugindo assim ao ar saturado de dentro do estabelecimento (e ao fumo do tabaco).
7º - Pude aproveitar para estar ao ar livre.
Entre outras coisas...

Agora chegou o frio e toda a gente me diz "que sorte, pelo menos o final da gravidez, a parte mais difícil, já passas sem calor". Eu continuo a afirmar que isso é um azar e toda a gente olha para mim como se fosse louca.
1º - Já tive de ligar o aquecedor e acender a lareira ou morro de frio (tal como diz esta grávida: "Sempre ouvi dizer que as grávidas têm mais calor mas eu cá não sinto calor nenhum...se calhar deve ser lá mais para a frente" - Pois querida eu estou no final e tenho um frio que não se pode)
2º - Estou constipada e não posso tomar nada para curar isso... agora é esperar que deixe de estar grávida e de amamentar. Talvez por ter ligado o aquecedor e acendido a lareira, ao andar de um lado para o outro, apanho com oscilações de temperatura que me constiparam.
3º - Já tenho um edredão e um cobertor na cama o que significa mais um peso em cima de mim e não me permite mexer com tanta facilidade.
4º - Por ter mais esse peso em cima de mim passo a noite a acordar de cada vez que me quero virar e levar uma almofada atrás.
5º - Tenho de gastar dinheiro em roupa porque a que tenho já não serve e é tão frustrante gastar dinheiro (que não tenho) por mais um mês ou mês e meio no máximo (até podem ser só 15 dias... enfim!).
6º - Já não há esplanadas (ou está desagradável para lá estar e estando constipada não convém) e, tal como escrevi num post anterior, apanho com montanhas de fumo de cada vez que quero estar com os amigos.
7º - Acabaram-se as tardes passadas na cadeira de baloiço com a minha sobrinha e outras actividades possíveis ao ar livre.
Entre outras coisas...

Agora, não me venham dizer que uma gravidez de verão é pior do que de inverno. Volta calor estás "aperdoado". Há lá algo melhor do que um dia solarengo?

quinta-feira, outubro 14, 2004

Análises sem dor

Lá fui eu mais uma vez ser picada no braço para as últimas análises. Com o braço esticado e preparada para sentir a picada ao ver entrar a agulha, qual não foi o meu espanto quando não senti rigorosamente nada. Achei que era impossível. Ou eu estava com um problema qualquer de sensibilidade na pele ou algo esquisito se passava. Tudo bem que nunca fui muito maricas com os "espetanços", nunca achei que provocassem uma dor por aí além, mas, caramba, parecendo que não sempre é uma agulha a entrar pelos tecidos da pele adentro e a furar a veia. Sente-se e dói, obviamente. Mas não. Não doeu rigorosamente nada e nem senti. Comentei com a senhora que me espetava (com quem já vou tendo afinidade, afinal isto de estar grávida faz-me conviver com ela muito frequentemente): "não senti nada!". Ao que ela respondeu que "quando a agulha está bem afiada sente-se menos"... "sim, é verdade, mas eu não senti nada". E então ela esclareceu: "ah, é que agora aqui no CliNova (em Torres Novas, recomendo ;)), temos este novo sistema sem seringa e as agulhas já vêm com anestesiante incluído". Pronto, estava explicado. O que eu gosto daquele laboratório! É daqueles onde se nota realmente um grande investimento na procura da satisfação dos doentes. Pena não ser assim em todo o lado.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Pequenos Conselhos e informações

Dormir - Na primeira semana de vida, um bebé está praticamente sempre a dormir. É a dormir que o corpo descansa e que o cérebro "arruma" a informação que recebeu, estabelecendo ligações entre as coisas. O sono tranquilo permite melhor estruturação cerebral, melhor memória, etc. Interromper a todo o instante o sono do bebé é contraproducente. DEIXEM-NO DORMIR, embora não seja preciso um ambiente sepulcral. Pelo contrário: os barulhos da casa e a música ajudam o bebé a organizar-se.

Fome - Quando sentirem que o bebé tem fome, não é preciso irem a correr, como se a sobrevivência dele estivesse em perigo. Ele acredita que está, mas se os pais agirem calmamente, estarão a mostrar-lhe que os seus receios instintivos não têm razão de ser e que há pessoas atentas que não o deixarão morrer à fome.

Fotografias - Apenas dois cuidados: Deixar o bebé dormir (ele passa bem sem as sessões fotográficas) e de preferência não usar flash. Aquelas bolas encarnadas que se vêem nas fotografias, mesmo no meio dos olhos, são os vasos da retina. Isso quer dizer que a luz entrou pelos olhos, reflectiu-se nos vasos da retina depois de a atingir, regressou e impressionou a máquina, e só depois o bebé fechou os olhos. E essa luz fortíssima pode causar lesões numa retina imatura como a do vosso bebé.

Habitação - A casa onde o bebé vive deve ser limpa, com temperatura amena e ambiente tranquilo.

Olhos - Eles vêem desde o primeiro minuto! aquela teoria de que os bebés não viam nem ouviam até certa altura é falsa. Vêem e bem, só que se cansam de olhar para um objecto e, portanto, nem sempre absorvem toda a informação que lá está. Por outro lado, não têm (ainda) memórias estruturadas para confrontar o que estão a ver e poder dar algum sentido às imagens.

Tabaco - A mensagem é rápida: tolerância zero. O tabaco é um dos maiores inimigos dos brônquios do bebé e produz alterações no sistema de defesa, com consequências que podem durar muitos anos. Façam o sacrifício de não fumar, nem permitir que se fume, em casas onde há um bebé. Também não serve de nada fumar à janela, porque o ar circula de fora para dentro e o fumo reentra e espalha-se por toda a casa...

Visitas - Só há uma política para as visitas: a de "rotweiller", se é que me entendem. As visitas são bem intencionadas e o nascimento de uma criança é um evento social. Mas o "ataque" de hordas de pessoas que vêm apenas por cinco minutos e acabam por ficar horas e horas é frequente... Seja porque se encontram com outras que não vêem há que tempos e aproveitam para pôr a conversa em dia e falam de assuntos que não interessam minimamente aos pais e ainda há que lhes servir chá, café e laranjada e relatar duzentas vezes como foi o parto... Para não falar do "ataque ao bebé", para ver se tem os olhos do tio ou o nariz da avó... Mas já que não se pode correr tudo à vassourada, sugiro que só deixem entrar aquelas pessoas que perguntam "onde está o ferro de engomar?" ou "posso ajudar-te a limpar a casa de banho?".

Retirado da revista Pais & Filhos nº165 de Outubro de 2004

terça-feira, outubro 12, 2004

Para quando?

Hoje fui jantar com o Nelson e um amigo nosso a uma cervejaria no Parque das Nações. Até aqui tudo bem. O atendimento era rápido, a comida era boa, a companhia do melhor. A conversa até estava animada mas a dada altura foi-me impossível continuar por lá e vi-me forçada a pedir ao Nelson para virmos embora. Tudo porque em Portugal, infelizmente, não existe uma coisa chamada respeito pelos não fumadores (ou grávidas, ou pessoas com problemas respiratórios... nem quero imaginar o que será ser asmático neste país). O que aconteceu foi que, a dada altura, a quantidade de fumo dentro do restaurante era tanta que, além de isso me fazer imenso mal, e à Beatriz, deixou-me os olhos com lágrimas. Neste momento tenho o cabelo a cheirar a tabaco, tal como a roupa e esse cheiro invadiu todo o quarto.
Não consigo entender porque é que neste país se continua a privilegiar quem tem um vicio que prejudica toda a gente à sua volta em vez de quem não o tem. Tenho saudades de, por exemplo, sair à noite, ir a um bar. A gravidez não me impede de o fazer, mas isso significaria ir expor a minha bebé a quantidades absurdas de fumo porque, em qualquer lado a que fosse era isso que ia apanhar. Pelos vistos neste país só os fumadores se podem divertir. Os outros ou abdicam da sua saúde, ou então ficam em casa.
Infelizmente quando nos queixamos ainda apanhamos com o rótulo de "betinhos". Não seria mais simples haver locais próprios para quem fuma, permitindo a quem não fuma (ou quem não pode mesmo ser exposto ao tabaco), divertir-se? Porque é que eu hoje tive de abdicar da minha noite só para que uma cambada de gente pudesse ter um cigarro na boca? fazia-lhes mais mal a eles abdicarem de fumar durante umas horas, ou a mim abdicar de estar com amigos e a divertir-me?

Infelizmente enquanto existir esta mentalidade do "olha-me este anormal deste não fumador armado em "mete nojo", como se isto lhe fizesse algum mal..." não vamos a lado nenhum. E, infelizmente, não acredito que exista algum governo com a força suficiente para aprovar uma proibição total de fumar em locais fechados de modo a preservar a saúde dos cidadãos que optaram por não fumar, daqueles que ainda estão para vir, e dos que sofrem de doenças respiratórias.

domingo, outubro 10, 2004

A cinta

Hoje lá fomos à Pré-Natal comprar a cinta de sustentação e, como sempre, fomos muito bem atendidos. Com um atendimento assim é natural que me ganhem como cliente e "fã" da loja. É claro que, em certas coisas, tem preços demasiado altos, mas noutras são perfeitamente razoáveis e, tendo em conta a qualidade dos produtos deles, até baratos. Julgo ser o caso das cintas. Estava a pensar comprar a mais simples, com menor sustentação, mas lá experimentei a seguinte e senti-me melhor dentro dessa. A menina que me atendia lá estava muito atenciosa de cada vez que o Nelson ia perto dela pedir um outro número, para minha felicidade e para me deixar feliz, o numero foi descendo em vez de subir :), acabando por levar a cinta com o numero 36.
Saí da loja já com ela vestida e, a verdade, é que hoje já sinto que a dor na barriguinha está menos intensa.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Colostro

Desde há umas semanas a esta parte que me tenho tentado "ordenhar" de modo a ver se já estou a produzir o colostro. E hoje lá apareceu ele, branquinho na pontinha do mamilo. Fiquei a sentir-me muito animalesca e muito feliz ao mesmo tempo porque as primeiras refeições da minha menina já estão prontas a consumir :)

domingo, outubro 03, 2004

O toque

Muito ouço falar do "toque" que, antes de ir investigar, achava que era um exame ginecológico qualquer, muito difícil, pois sempre que via isso mencionado noutros blogs era descrito como algo horroroso.
A verdade é que lá me veio a curiosidade, e estando a entrar na altura das consultas finais (portanto, pensava eu, o "toque" estaria para vir), fui-me informar e a que conclusão chego? Chego à conclusão que o "toque" é o exame que a minha obstetra me faz em TODAS as consultas para verificar o estado do meu útero. Minhas amigas, se aquilo é um exame horroroso então não sei o que vocês considerarão de um trabalho de parto, ou dos exames invasivos que por vezes se têm de fazer nos hospitais por outros motivos. Se aquilo é horroroso, vou ali e já venho...

Já agora, para quem não sabe o que é o toque:

O ginecologista introduz dedos na vagina da mulher e com a outra mão ajeita a posição dos órgãos (por cima da barriga) e apalpa-os. O toque permite analisar as condições em que se encontram os órgãos internos da mulher. Fazendo o toque, o ginecologista pode examinar o útero e verificar se existe alguma massa ou processo expansivo em desenvolvimento nos ovários, ou se eles estão inflamados. Em muitos aspectos, a ecografia não consegue substituir o exame clínico do toque que deixa avaliar a posição do útero numa mulher com dificuldade para engravidar, por exemplo. Na verdade, esse exame é insubstituível em algumas situações.


sábado, outubro 02, 2004

Dor!

Agora ando com uma dor na parte de cima da barriga. Calculo que seja por causa do peso. A Beatriz deve ter crescido muito nas últimas duas semanas e isso está a fazer com que a pele da barriga estique demasiado dando cabo dela e provocando dor. Tenho de ir comprar uma cinta de sustentação. Vou com o papá da Beatriz (que volta a estar cá no próximo fim-de-semana) comprar uma que vi no catálogo da Pré-Natal.